​O Bororé ao mundo surgiu há algum tempo, em 2017 com um trabalho de extensão universitária da USP, coordenado pelo professor Jorge Bassani, o projeto Mapografias de São Paulo, desenvolvido no Grupo de Estudos Mapografias Urbanas, GeMAP. O Mapografias já estava em atividade desde 2012 em outras regiões da cidade, sempre em um período de um ano de realização. Porém, na Ilha do Bororé ele se fixou.

O projeto foi incorpado no que já trazia e ampliado em possibilidades graças ao ambiente extremamente colaborativo da E. E. Pof. Adrião Bernardes, por meio de uma diretoria muito atenta ao território com projetos de extroversão da escola para a comunidade, Adrião Escola Aberta e a Mostra Cultural do Adrião, por exemplo. Neste ambiente, a equipe de extensão de universitária encontrou o professor José Carlos Nicácio que desde então passou a coordenar o projeto em conjunto como a equipe da FAUUSP.

José Carlos (JC), além de muito ativo na escola onde mantém, além de outras atividades, um grupo de teatro, colabora com coletivo Casa Ecoativa, instalado em uma casa na Ilha e que conta, entre seus membros, com ex-estudantes do Adrião e ex-alunos de JC. Formou-se um tripé perfeito: universidade, escola na comunidade e coletivo autogerido territorializado.

Pessoas muito comprometidas com a comunidade e a cultura do Bororé fazem parte da Ecoativa e de outros coletivos próximos, entre elas, o Jai, ex-aluno do Adrião e ativista ambiental e cultural de relevo não só na região, mas na cidade toda. Destacamos a pessoa do Jai, num ambiente coletivo e horizontal, porque ele também atua na coordenação do projeto. Portanto, o Bororé ao mundo tornou-se autônomo, não mais um projeto de extensão, criado e produzido a partir deste tripé com a comunidade da Ilha do Bororé.

O trabalho com mapografias da Ilha primeiro foi ampliado para outras atividades conduzidas para lá, workshops internacionais, parcerias com outros grupos para formação técnica em cartografia, mas JC, o tempo todo, chamava à atenção para que o Bororé devesse ser conhecido, sustentável e preservado, para tanto tinha a ideia de construir um “memorial do Bororé”. A ideia foi progredindo e virou projeto, um grupo de estudantes do Adrião aderiu frontalmente a ideia, mudou o nome para BORORÉ AO MUNDO e hoje estão no comando tanto quanto seus professores.